A quinta visita do Guia ''Que ONG é essa?"foi no Instituto CAÁ-OBY que fica em Santos, litoral Sul de São Paulo.
Justiça social e respeito aos limites da natureza são os princípios da CAÁ-OBY, instituto que foi criado legalmente em 2003 e hoje promove cursos de conscientização ambiental e luta pela preservação da natureza local.
Em parceria com a UNESP, UNIMONTE, OAB de Cubatão e UNAERP a CAÁ-OBY desenvolveu o projeto PARACOM- Parceiros ambientais comunitários que visa melhorar a qualidade de vida da sociedade, promovendo através de aulas práticas e palestras a conscientização e orientação em diversas áreas.
A equipe do guia está no Litoral Sul de Sampa para visitar as ONG's de proteção costeira.
A aventura começou logo cedo. As sete e meia da manhã saimos da Metodista rumo a Peruibe. Mas uma forte tempestade atrasou nosso destino, a via que dá acesso a ONG Mongue no bairro Guaraú foi interditada.
Saimos da capital e pegamos estrada até a Praia Grande. Onde estamos agora, esperando ansiosas para que a chuva passe e que Sol brilhe na orla da baixada.
Na última terça-feira visitamos uma das ONG's mais famosas do mundo!
O Greenpeace é uma organização não governamental que atua em desfesa do meio ambiente. Um de seus objetivos é promover a paz e incentivar pessoas a caminharem em defesa da preservação ambiental.
Com mais de 200 voluntários no Brasil, sendo que a maior parte são jovens, todos frequentam reuniões periodicas para discutir as atividades realizadas pela ONG.
A organização que tem reconhecimento mundial não aceita doações do governo, empresas e partidos políticos.
André Trigueiro revela os problemas do jornalismo ecológico
O jornalista Pós-graduação em Gestão Ambiental e autor do livro Mundo Sustentável, André Trigueiro, que teve seu interesse despertado pela ecologia há 16 anos quando acontecia no Rio de Janeiro a Conferência internacional da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento. " Foi a maior conferência da história até então, eu estava cobrindo para a Rádio Jornal do Brasil evento paralelo, a Rio 92, que foi o forúm global que reuniu organizaçoes não governamentais do mundo inteiro. A cobertura deste evento de fato mexeu muito comigo, com o meu interesse, apartir deste momento surgiu a demanda por mais informação. A Rio-92 introduziu em mim este efeito", disse o jornalista.
André Trigueiro que não se considera um jornalista ambiental defende que o assunto precisa ser tratado de maneira mais profunda. " Eu tenho medo que o jornalismo ambiental seja mais um gueto, uma gaveta da mobília, que agente fique ali discutindo na redação se a vitória do Barack Obama e o compromisso dele de campanha na área de energia limpa e renovável é um assunto político, econômico ou ambiental? Isso é uma perda de tempo na verdade as três editorias poderiam tranquilamente assumir essa noticia. Não gosto muito de setorizar meio ambiente. Porque eu acho que meio ambiente não cabe em nenhuma editoria, em nenhuma moldura porque ele é por principio de origem transversal, interdiciplinar, ele é muito abrangente", comentou.
Para estar informado e atendo a todos os assuntos que envolvem o meio ambiente não basta apenas se considerar uma pessoa bem informada, o autor do livro Mundo Sustentável, garante que hoje o jornalismo caminha para a melhora, mas a falha deste gênero jornalístico está nas Universidades. " Há ainda um déficit de informação e desinformação nos jornalistas que quando saem da faculdade saem sem ter a menor noção do que seja aquecimento global, produção monumental de lixo no mundo, tudo isso passa em branco durante quatro anos pela faculdade. Ainda tem muito a avançar muito o que fazer. Pra podermos ter a tranqüilidade de afirmar que estamos minimamente preparados para explorar de forma inteligente todas as pautas de hoje na área ambiental. As pautas são repetitivas, os assuntos nem sempre são modernos. O tratamento as vezes é muito óbvio, não é interessante, não é surpreendente. Ainda tem uma certa dificuldade de mostrar como esse assunto está presente no dia-a-dia e pode ser tratado de uma forma inteligente e cativante", mostrou.
Outro ponto para reflexão é sobre as iniciativas sustentáveis que lutam pela energia limpa, redução e reaproveitamento de resíduos, reciclagem de água e a responsabilidade social corporativa. São tópicos de extrema urgência a serem pensados e que uma conscientização imediata deverá ser tomada.
Algumas pesquisas colocadas no livro nos trazem números absurdos. Se um milhão de famílias evitassem o desperdício, poderíamos alimentar 260 mil pessoas. O Brasil perde R$12 bilhões de reais em alimento/ano. Se comprássemos produtos sem embalagem, poderíamos economizar 1/3 de lixo brasileiro. Ou seja, pequenas atitudes poderiam mudar em escalas gigantescas uma realidade que está muito acelerada.
A conscientização existe dentro de cada um de nós, porém atrofiamos uma ação que trás resultados como uma bola de neve. Na verdade o mundo todo deveria pensar mais como ficará a nossa casa no futuro. Somos feitos de água e ela está acabando.
Vários sites estão em busca de uma linguagem clara e simples para alcançar o maior número de leitores e entre eles conscientizarem para uma melhora emergencial. Aos sábados e domingos, André Trigueiro fala na rádio CBN e discute assuntos mundiais que estão ligados à responsabilidade ambiental. Outros jornalistas estão desenvolvendo um trabalho extenso e profundo em Ong´s e sites que estão com a missão de preservar o planeta.
Em algumas escolas já existe dentro da disciplina Ciências Sociais, algumas reflexões sobre reaproveitamento, diminuição de resíduos, mudanças de hábitos do dia a dia, enfim, o trabalho está sendo feito por mídias que vem agregando valores e companheiros que estimulem outros e mais outros para um melhor resultado.
O clima não para de mudar. Não existem mais as quatro estações. Quando é para fazer frio, faz calor, e vice-versa. Não pode mais sair de casa sem levar um casaco, um guarda chuva, porque o tempo pode mudar a qualquer momento
Por: Andrea Zoli Fabiana Ciccarelli
Mayra Altomari
Histórico do Jornalismo Ambiental Fonte: Roberto Villar
Na década de 60 surgia na França à primeira entidade de jornalismo ambiental. Simultaneamente acontecia a conferência da Biosfera em Paris. Mas, foi depois da Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) de Estocolmo, em 1972, que as questões começaram a aparecer com maior freqüência na imprensa mundial. No momento os cientistas descobriram o buraco na camada de ozônio e surgiram inúmeras hipóteses sobre o impacto das atividades humanas no aumento do aquecimento global.
Em paralelo com esses movimentos mundiais, Randau No Marques, dava sinais ao jornalismo ecológico. Randau foi o primeiro jornalista brasileiro a se especializar na área. O jovem jornalista foi preso por participar da Operação Bandeirante. O repórter revolucionou a pequena cidade paulista de Franca, ao escrever reportagens sobre a contaminação de sapateiros com chumbo, o jornalista relatou pela primeira vez em um veiculo de massa que os agrotóxicos eram responsáveis pela morte de peixes e pela intoxicação de agricultores. Randau se especializou no assunto e passou a escrever para o Jornal da Tarde.
Pelo Grupo Estado o jovem jornalista cobriu a primeira polemica ecológica no estado de Porto Alegre que envolvia uma importante indústria da região gaúcha. No dia seis de dezembro de 1973 até março do ano seguinte a fábrica de celulose Borregaard ficou fechada, o acontecimento chamou a atenção de jornalistas de diversos lugares.
Jornalismo Ambiental Contemporâneo
Atualmente, o ramo do ecojornalismo aumentou e com ele vieram as dúvidas e o interesse. A jornalista Monica Pinto pós-graduanda em Mudanças Climáticas e Seqüestro de Carbono e editoria geral do portal Ambiente Brasil tem plena convicção que esse gênero jornalístico é o futuro, pois todos estão conscientes que o planeta é a nossa casa e temos que preservá-lo, “Toda essa gente fica ávida por informação e os jornalistas ambientais são os responsáveis por suprir essa lacuna, junto com a turma da educação ambiental”, completou.
A preocupação com o meio ambiente é crescente. Mas, os investimentos ainda são pequenos. “ Manter um veículo ambiental hoje ainda é um desafio enorme, razão pela qual alguns deles já naufragaram. Para as empresas que investem, o retorno é proporcional ao alcance do veículo, como acontece em propagandas de qualquer natureza”, comentou a jornalista. Todas as empresas hoje possuem um programa de responsabilidade social para minimizar as conseqüências no ambiente e tapear a população que ainda é oriunda a essas informações. De acordo com a editora do portal Ambiente Brasil, Monica Pinto, o público ainda é especifico “De modo geral, os veículos de foco ambiental têm como público basicamente os profissionais que militam na área - biólogos, engenheiros florestais, membros de ONGs - e aquela parcela da população, ainda pequena, que se sente atraída pelo tema”.
Na grande mídia o assunto ainda é tratado de forma coadjuvante, mas impulsionada pelas mudanças climáticas nos últimos três anos a divulgação do tema aumentou e muito. A editora chefe da revista Terra da Gente, Liana John, explicou que, “Muitas questões ambientais são polêmicas e envolvem interesses contraditórios de diferentes setores sociais ou econômicos ”.
Para essa demanda é necessário a capacitação de profissionais de forma adequada, esses assuntos precisam ser tratados de forma rica e objetiva. A editora, Liana John, ainda falou sobre o preparo do futuro ecojornalista, “O jornalista deve estar preparado para avaliar a pertinência daquilo sobre o que ele escreve, a veracidade das informações obtidas e as eventuais intenções das fontes ao divulgar determinados dados”.
Existem alguns desafios a seguir, como à busca por fontes adequadas, as pautas ecológicas são abrangentes e proporcionam uma discussão com um conteúdo característico. Mas a jornalista Monica Pinto não vê a capacitação profissional como uma deficiência no ecojornalismo, o que não falta são profissionais na área “A maior parte dos que hoje podem ser chamados de jornalistas ambientais, no entanto, não passaram por esse processo acadêmico. Foram atraídos à causa por circunstâncias, ou de ordem pessoal ou profissional”.
Liana John, discorda da colocação da jornalista Monica Pinto, “Jornalismo ambiental não é uma disciplina nas faculdades, embora jornalismo sindical seja. Os cursos de pós-graduação especializados são raros no País. Há boas iniciativas de ONGs em cursos livres, mas o acesso ainda é restrito. Falta compreensão por parte das chefias das redações sobre a importância dos jornalistas se especializarem”.
O jornalismo ambiental surgiu como forma de incentivar as pessoas a cuidar mais do lugar em que vive. Mônica Pinto disse que “O jornalismo ambiental, hoje responde a uma curiosidade natural de uma certa esfera de leitores e telespectadores, alimentada inclusive por maiores investimentos em educação ambiental e, sobretudo, pela expansão do terceiro setor brasileiro, hoje muito voltado a trabalhos em prol da conservação dos recursos naturais”.
Segundo Liana John as preocupações ambientais deveriam ser universais, abrangendo todas as classes sociais, todas as faixas etárias e todos os níveis de escolaridade. Mas a editora enumera as causas que fazem com que o numero de leitores seja restrito. ”Ainda não chegamos a esse nível de consciência no Brasil. Mídias segmentadas, como a revista Terra da Gente, atingem um público relativamente amplo em termos de classificação, mas não tão numeroso quanto seria desejável. Isso tem várias explicações”.
1. O brasileiro não tem hábito de leitura
2. A conscientização ambiental atinge só uma parcela de cada classe social
3. Nem todos os que têm algum tipo de consciência ambiental optam por procurar mídias especializadas
4. O sistema de distribuição de jornais e revistas é falho e monopolizado, prejudicando a mídia segmentada.
Nossa segunda visita foi em uma ONG do litoral Sul de São Paulo, na cidade de Itanhaém. Fundada em 2000 por surfistas da região, a Ecosurfi é uma entidade que propõe, através de ações participativas sustentáveis, a conservação, preservação e restauração ecológica.
A ONG foi fundada por uma necessidade de maior mobilidade entre surfistas e o comprometimento com a preservação da natureza. Hoje, conta com diversos projetos com apoio de parcerias públicas, privadas, universidades e etc.
Confira alguns dos projetos e programas realizados pela Ecosurfi:
- A onda é água limpa: Informar a população da baixada santista sobre a importância do uso responsável da água. - Surf Sustentável: Promover um debate democrático sobre a sustentabilidade socioambiental na comunidade do surf. - Recreação Ecológica: Projetos, roteiros e excursões que contribuem na mudança de hábitos e ajudam na preservação e sustentabilidade. - Onda Limpa: Conscientizar a população sobre a importância de manter a praia e mares limpos.
Para quem quiser conferir mais informações, entrar em contato com a ONG ou debater questões socioambientais: Site: http://www.ecosurfi.org/
Em breve colocaremos um bate-papo muito interessante que tivemos com o João Malavolta, um dos dirigentes da Ecosurfi, explicando maiores detalhes sobre os projetos e planos da ONG.